02/04/2022: Atlético 3x1 Cruzeiro

sábado, 2 de abril de 2022

 

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Ficha Técnica
Atlético 3x1 Cruzeiro
Motivo: final do Campeonato Mineiro
Estádio: Mineirão
Data: sábado, 2 de abril de 2022
Árbitro: Felipe Fernandes de Lima
Assistentes: Guilherme Dias Camilo e Celso Luiz da Silva
VAR: Emerson de Almeida Ferreira
Público: 53.572
Renda: R$ 4.851.600,00
Atlético: Everson; Mariano, Nathan Silva, Réver e Guilherme Arana; Allan (Otávio, aos 38 do 2T), Jair (Eduardo Sasha, aos 42 do 2T), Nacho Fernández (Junior Alonso, aos 38 do 2T) e Matías Zaracho; Keno e Hulk (Ademir, aos 10 do 2T)
Técnico: Antonio Mohamed
Cruzeiro: Rafael Cabral; Rômulo, Oliveira, Eduardo Brock e Rafael Santos; Willian Oliveira (Miticov, aos 36 do 2T), Pedro Castro (João Paulo, aos 15 do 2T) e Fernando Canesin (Adriano, aos 36 do 2T); Vitor Roque (Daniel, aos 24 do 2T), Vitor Leque (Waguininho, aos 15 do 2T) e Edu
Técnico: Paulo Pezzolano
Gols: Hulk, aos 30 do 1T; Nacho Fernández, aos 19, e Hulk, aos 35 do 2T (Atlético); Edu, aos 44 do 2T (Cruzeiro)
Cartões amarelos: Réver, aos 26, Nacho Fernández, aos 34 do 1T; Allan, aos 26 do 2T (Atlético); Edu, aos 26, Willian Oliveira, aos 27 do 1T; Rafael Cabral, aos 33 do 2T (Cruzeiro)




O Cruzeiro concentra-se em seu principal objetivo da temporada, que é o acesso à elite nacional. A caminhada na Série B começa na sexta-feira, às 21h30, contra o Bahia, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Antes, porém, haverá reunião do Conselho Deliberativo, na segunda-feira, para votar a proposta de Ronaldo para inclusão das Tocas I e II na aquisição de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol. A diretoria vê a operação como fundamental para a reestruturação financeira e esportiva do clube.
O jogo
Atlético e Cruzeiro apresentaram escalações diferentes das expectativas de pré-jogo. No time alvinegro, Turco Mohamed precisou substituir o zagueiro Diego Godín, com dores no joelho, por Réver, que ficou com a braçadeira de capitão. Na equipe celeste, Paulo Pezzolano colocou Pedro Castro ao lado de Fernando Canesin e Willian Oliveira no meio-campo, além de Vitor Leque no ataque junto a Vitor Roque e Edu. Com isso, Waguininho e João Paulo ficaram no banco de reservas.
Nos primeiros instantes, o Cruzeiro trocou passes na defesa sem ser tão incomodado pelo Atlético, que optou inicialmente por não pressionar a saída de bola. Mesmo assim, o goleiro Rafael Cabral vacilou em um tiro de meta mal cobrado, aos 3 minutos, mas se redimiu ao fazer duas defesas consecutivas em chutes de Hulk e Keno. Aos 8, a Raposa deu a resposta em escanteio pelo lado direito: Rômulo cobrou com efeito, e Edu cabeceou à direita de Everson.
A partir dos 10 minutos, os times testaram o coração das torcidas com toques curtos em tiros de meta e passes de primeira na entrada da grande área. Em alguns lances, conseguiam sair com qualidade de pé em pé e chegar ao campo de ataque. Em outros, viram-se obrigados a recorrer ao chutão para a frente ou à lateral. Tais circunstâncias se repetiram diversas vezes no clássico.
Aos 15 minutos, o Cruzeiro levou perigo contra a meta alvinegra em arremate de longa distância de Pedro Castro. A bola quicou no gramado e quase enganou Everson, que deu uma manchete de vôlei para evitar o gol. Aos 25 minutos, os ânimos se exaltaram após uma trombada entre o zagueiro Réver e o atacante Edu. Os dois discutiram de maneira acalorada e receberam cartão amarelo do árbitro Felipe Fernandes de Lima.
Aos 29, Keno deixou Rômulo na saudade e tocou em direção à linha de fundo para Hulk, que encheu o pé para outra boa defesa de Rafael Cabral. O lance embalou o Galo, que se manteve no ataque e não permitiu respiro ao Cruzeiro. Aos 30, Hulk recebeu no centro e, mesmo pressionado por Eduardo Brock, chutou rasteiro, “queimando” a grama, no canto esquerdo de Rafael Cabral, que ficou sem reação vendo a bola balançar a rede: 1 a 0. “Hulk! Hulk! Hulk! Hulk!”, gritaram os atleticanos, eufóricos com o nono gol do camisa 7 no estadual.
Na reta final do primeiro tempo, o Cruzeiro teve duas oportunidades para empatar. Aos 44, Pedro Castro tentou o toque de letra após assistência de Canesin, e Everson, bem posicionado, encaixou a bola. Aos 45, Edu girou o corpo na grande área e, mesmo sem jeito, finalizou rasteiro. O goleiro alvinegro rebateu para o lado esquerdo.
Os times voltaram com as mesmas formações para o segundo tempo, porém as substituições começaram cedo. No Atlético, Ademir foi acionado na vaga de Keno aos 10 minutos. No Cruzeiro, Waguininho e João Paulo entraram nos lugares de Vitor Leque e Pedro Castro. Em sua primeira jogada, o camisa 11 celeste mandou a bomba do meio da rua, e Everson buscou na gaveta.
Aos 19 minutos, Hulk recebeu de Ademir, inverteu a bola da direita para a esquerda e encontrou Nacho Fernández livre na ponta. O argentino se aproveitou da bagunça na defesa cruzeirense, fez o corte na marcação de Rômulo e emendou de direita para o gol: 2 a 0.
Paulo Pezzolano tentou dar gás novo no Cruzeiro com Daniel no lugar de Vitor Roque, aos 24 minutos. No entanto, a estratégia falhou, já que a equipe ficou aberta, e o Atlético teve mais contragolpes. Aos 33, Hulk arrancou desde o meio-campo após descuido de Oliveira, invadiu a grande área e foi derrubado por Rafael Cabral. Ele mesmo cobrou o pênalti no canto direito e fez 3 a 0.
Um dos líderes do grupo, o experiente Rômulo, de 34 anos, estava visivelmente emocionado. O lateral/volante disse que o grupo queria dedicar o título à torcida, mas prometeu dar a volta por cima e conseguir o acesso à elite do futebol brasileiro.
"A gente queria muito o título por tudo que aconteceu no Cruzeiro nos últimos anos, pela ferida grande que ficou em toda nação azul, todo grupo queria, não só eu. Machuca, porque a gente sabe que como grupo a gente foi superior ao Atlético, mas individualmente eles decidiram. A gente queria muito o título para a torcida, por tudo que a gente fez, por ser um time jovem. O Atlético tem um cara injetando dinheiro igual água, seria mais fácil para eles", disse. 
"Por todas essas questões, pelo que ficou no passado do Cruzeiro, a gente queria este título para dar a volta por cima. Mas a gente fica feliz, claro com muita dor, pela torcida que veio aqui, porque a gente sabe que vai ser o início de uma grande caminhada, mas as nossas lágrimas, não somente as minhas, mas as dos meus companheiros, serão de alegria no fim do ano, juntamente com a festa da nossa torcida, que deu espetáculo hoje", destacou.
Mesmo sem grande investimento, o Cruzeiro conseguiu jogar de igual para o igual com o Atlético, campeão de quase tudo no ano passado, em vários momentos do jogo. O resultado de 3 a 1 acabou sendo dilatado demais para o que foram os 90 minutos. 
Sem tempo para lamentação, o Cruzeiro volta a campo nesta sexta-feira, às 21h30, na Arena Fonte Nova, em Salvador, contra o Bahia. A Série B é a principal competição da Raposa neste ano. A torcida sonha com a volta à elite, após três anos na Segundona.