02/09/2006: Cruzeiro 2x2 Figueirense

sábado, 2 de setembro de 2006



Ficha Técnica
Cruzeiro 2x2 Figueirense
Motivo: 22ª rodada do Campeonato Brasileiro
Data: 2/9/2006
Local: estádio Mineirão, em Belo Horizonte
Árbitro: Sérgio da Silva Carvalho (DF)
Público: 3.978 pagantes
Renda: R$ 40.357,50
Gols: Soares, aos 20 min do primeiro tempo; Teco aos 2 min, Schwenck, aos 3 min e Geovanni, aos 44 min do segundo tempo
Cruzeiro: LauroLuizãoGladstone e Teco (Júlio César); Michel (Carlinhos Bala), ÉlsonSandroWagner e Francismar (Kerlon); Geovanni e Élber
Técnico: Oswaldo de Oliveira
Figueirense: Andrey; Flávio, Chicão, Thiago Prado e Édson; Rodrigo Souto, Carlos Alberto, Marquinhos Paraná (Vinícius) e Cícero; Soares (Samir) e Schwenck (Luciano Sorriso)
Técnico: Waldemar Lemos
Cartões amarelos: Sandro, Gladstone e Wagner (Cruzeiro); Flávio e Rodrigo Souto (Figueirense)

**********

Cruzeiro sofre, mas arranca empate com o Figueirense
Do Pelé.Net
Em Belo Horizonte

O confronto inédito, como treinadores, dos irmãos Oswaldo de Oliveira e Waldemar Lemos, neste sábado, no Mineirão, teve momentos dramáticos e terminou sem vencedor. Isso porque o Cruzeiro, do mano mais famoso, era o favorito e jogou muito mal. Enquanto o Figueirense, que vencia até os 44min do segundo tempo, permitiu o empate, em 2 x 2. Um pênalti, cometido por Vinícius, convertido por Geovanni salvou a derrota celeste.

Com a igualdade, o Figueira chegou aos 32 pontos, passando para a sexta posição, dependendo do jogo entre Paraná e Botafogo, neste domingo. O Cruzeiro, por sua vez, manteve-se na oitava colocação, com 31 pontos, mas perdeu a oportunidade de se aproximar dos primeiros colocados, já que jogava em casa.

A emoção de Oswaldo de Oliveira, antes do início da partida, ao dar um forte abraço no irmão Waldemar Lemos, transformou-se em decepção com a atuação do Cruzeiro. A Raposa começou bem, criou duas ótimas chances de gols, embora o primeiro lance de perigo foi a favor do Figueirense, com um chute de Schwenck. Depois do gol, marcado por Soares, o time cruzeirense caiu muito de rendimento.

O "dia histórico" para Oswaldo de Oliveira, por causa do encontro com o irmão treinador, certamente não aconteceu como ele desejava. O Cruzeiro, que ficou oito jogos sem vencer e se reencontrou com o Triunfo, ao bater o São Caetano, por 3 x 0, há uma semana, no Independência, não conseguiu se recuperar da derrota para o Grêmio, por 2 x 1.

O Cruzeiro queria aproveitar o mando de campo para não se afastar ainda mais do líder São Paulo, que já estava nove pontos à sua frente, mas continuou sem triunfar no Mineirão. A última vez que isso aconteceu foi na 11ª rodada do Brasileiro, quando bateu o Corinthians, por 2 x 1, logo após o fim da Copa do Mundo. Desde então, foram quatro empates (Goiás, Santa Cruz, São Paulo e Figueirense) e uma derrotas (Fluminense). A vitória contra o Azulão foi no Independência.

Depois da derrota no primeiro tempo por 1 x 0, o Cruzeiro deu esperanças ao seu torcedor, no início da Segunda etapa, quando conseguiu o empate, aos 2min, em gol marcado por Teco. Mas, no minuto seguinte, o Figueira desempatou novamente e contou com o nervosismo celeste para administrar o resultado. Para desespero dos quase 4 mil torcedores, que pagaram ingressos, Élber desperdiçou pelo menos duas ótimas chances de gols. No final, Geovanni de pênalti empatou.

O jogo

Cruzeiro e Figueirense entraram em campo com 64 gols marcados em conjunto, sendo 33 pelos donos da casa e 31 pelos visitantes. Essa situação criava a expectativa de um jogo ofensivo no Mineirão. Tão logo a bola começou a rolar os times dos irmãos Oswaldo de Oliveira e Waldemar Lemos mostraram que estavam realmente dispostos a atacar.

Aos 3min, Schwenck cobrou bem uma falta, de longa distância, acertando a trave do goleiro Lauro, que fez sua estréia no Mineirão, beneficiado pela convocação do titular Fábio para o amistoso com a Argentina, pela Seleção Brasileira. Depois do susto, o Cruzeiro respondeu com dois rápidos ataques, pelo lado esquerdo. No primeiro, aos 7min, Sandro avançou e rolou para Wagner, que bateu de primeira, mas errou o alvo.

No minuto seguinte, foi a vez do lateral-esquerdo improvisado Francismar, que ficou livre, na cara do goleiro Andrey, mas no momento de finalizar, chutou mais o gramado do que a bola, que foi para fora. Após um início de muitos lances de gols, os 10 minutos seguintes foram disputados mais no meio-campo, até que aos 19min, Sandro, que se destacava na criação de jogadas, arriscou um bom chute, bem defendido pelo camisa 1 do Figueira.

Um time que tem um trio de jogadores - Schwenck, Cícero e Soares -, que em 32 gols marcou 26 (81,25% do total), pode balançar as redes do adversário a qualquer momento. E foi isso que aconteceu aos 20min, quando Schwenck deixou o companheiro Soares em boas condições. Ele driblou Lauro e marcou o seu 9º gol, o mesmo número de Schwenck e Cícero.

"Começamos bem, o problema foi ter levado o gol", afirmou o atacante Élber, após o término do primeiro tempo, resumindo bem o que aconteceu depois que o Figueira abriu o marcador. O time celeste se enervou e os jogadores passaram a tentar o empate na base da individualidade. O Cruzeiro usou e abusou dos chutes de longe, finalizando 12 vezes, nove delas para fora.

Já o time catarinense, se fechou e ameaçava nos contra-ataques, como aconteceu aos 31min, quando Lauro teve de sair nos pés do meia Carlos Alberto para evitar o segundo gol. Para Soares, a receita no segundo tempo é marcar ainda mais forte lá atrás e continuar explorando a velocidade nos contra-ataques. "O campo é grande e favorece os contra-ataques", comentou.

Os dois times voltaram para o segundo tempo com as mesmas formações. E a partida, a exemplo da etapa inicial, começou também muito movimentada e ofensiva. Em apenas três minutos saíram dois gols, um para cada lado. Logo no primeiro minuto, Geovanni cruzou da direita na cabeça de Élber, que tocou fraco na bola e Andrey pegou. Aos 2min, Geovanni cobrou escanteio da esquerda, o zagueiro Teco dominou no peito, ajeitou e marcou o gol de empate.

A torcida do Cruzeiro, que havia vaiado o seu time ao final do primeiro tempo e que estava animada no início da segunda etapa, mal teve tempo de comemorar. É que na saída do Figueirense, a bola foi alçada na área celeste, Marquinhos Paraná ajeitou para a conclusão de Schwenck, que desempatou a partida e assumiu a liderança isolada do Brasileiro, com 10 gols.

O Cruzeiro partiu para uma pressão. Aos 9min, Élber cabeceou e Andrei defendeu. Aos 13min, Geovanni chutou e o camisa 1 do Figueira voltou a defender bem. Aos 16mim, Oswaldo de Oliveira, que havia responsabilizado as vaias da torcida no primeiro tempo, pela derrota parcial, fez duas alterações, voltando o time ao tradicional 4-4-2 e abrindo mão do 3-5-2.

O treinador colocou o lateral-esquerdo Júlio César no lugar do zagueiro Teco e o jovem meia Kerlon na vaga de Francismar. Mas, além do adversário, o Cruzeiro teve de enfrentar o nervosismo e a inquietação da torcida, que, protestava com vaias e virando as faixas de cabeça para baixo. No gramado, os jogadores celestes se esforçaram e não desistiram de buscar um melhor resultado. Élber, aos 26min, desperdiçou grande chance quando chutou, livre, e Andrey fez grande defesa. No final, Geovanni converteu um pênalti e salvou a derrota.