12/07/2006: Cruzeiro 2x0 Corinthians

quarta-feira, 12 de julho de 2006




Cruzeiro 2x0 Corinthians
Motivo: 11ª rodada do Campeonato Brasileiro
Data: 12/7/2006
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte
Árbitro: Wagner Tardelli Azevedo (RJ)
Público: 23.166 pagantes
Renda: R$ 261.480,00
Gols: Martinez, aos 39 min do primeiro tempo; Alecsandro, aos 6 min do segundo tempo
Cruzeiro: FábioJonathanEdu DracenaThiago Heleno (Eliezio) e Júlio CésarJonilsonLeandro BomfimMartinez Wagner (Francismar); Gil e Alecsandro (Carlinhos Bala)
Técnico: Paulo César Gusmão
Corinthians: Silvio Luiz; Wescley, Betão e André Leone (Ramon); Rosinei, Bruno Octávio, Renato (Rubens Júnior), Roger e Gustavo Nery; Nilmar e Rafael Moura (Daniel)
Técnico: Geninho
Cartões amarelos: Wagner e Thiago Heleno (Cruzeiro); Renato, Wescley, André Leone, Gustavo Nery, Rafael Moura e Rosinei


Cruzeiro bate Corinthians e mantém liderança do Brasileiro
Do Pelé.Net
Em Belo Horizonte

Numa rodada em que os seus concorrentes mais próximos - Internacional, São Paulo e Fluminense, todos jogando como mandantes -, conseguiram vencer, o Cruzeiro também fez o seu dever de casa e manteve a liderança do Brasileiro, na retomada da competição. A Raposa derrotou o Corinthians, por 2 x 0, nesta quarta-feira, no Mineirão, resultado que manteve o time paulista na zona de rebaixamento.

Apesar de muito desfalcado, o Corinthians foi um adversário que exigiu muito do líder do Brasileirão, especialmente na etapa inicial. O Timão, que já não poderia contar com 11 jogadores, ganhou uma ausência de última hora. O meia-atacante Carlos Alberto, que estava escalado por Geninho, sentiu-se mal antes do jogo, de acordo com o ex-atleticano Renato, que admitiu ter ficado surpreendido com a sua escalação como titular. Esse foi um desafio a mais para a equipe visitante.

O Cruzeiro, por sua vez, entrou pressionado pelos resultados de Inter, São Paulo e Fluminense que derrotaram Ponte Preta, Grêmio e Juventude. Dessa forma, a Raposa, que permaneceu os 37 dias de paralisação do Brasileirão na liderança do certame, começou o jogo na quarta colocação, precisando dos três pontos para retomar a sua privilegiada posição.

Como o Corinthians, apesar dos desfalques, precisava da vitória para iniciar uma reação no Campeonato, o jogo foi aberto, com muita movimentação, desde o início, e tentativas de se chegar ao gol. Rosinei e Nilmar eram os jogadores mais perigosos do Timão, enquanto o destaque celeste, do ponto de vista ofensivo, foi o volante Martinez, que estava chutando muito forte e com boa direção.

O gol cruzeirense, marcado por Martinez, no final do primeiro tempo, deu mais tranqüilidade ao time anfitrião. Como Alecsandro ampliou a vantagem logo no recomeço da partida, a confiança celeste ficou ainda maior, obrigando o técnico Geninho a alterar o esquema tático da sua equipe, arriscando mais e, conseqüentemente, ampliando os espaços para os contra-ataques da Raposa.

A vitória levou o Cruzeiro aos 24 pontos, em sete vitórias, mesma campanha do Internacional, que, no entanto, leva desvantagem no saldo de gols. Foi a quinta vitória cruzeirense em seis jogos como mandante no Brasileirão e o planejamento é aproveitar mais um jogo no Mineirão, no próximo domingo, às 16h, contra o Goiás, para prosseguir na primeira colocação.

O Corinthians segue sem empatar no atual Brasileiro. A equipe do técnico Geninho sofreu a sua oitava derrota em 11 jogos, mantendo-se apenas com três vitórias e os mesmos nove pontos só que agora em 33 disputados, o que significa um aproveitamento de 27,27%. O próximo compromisso do Timão será o clássico contra o Palmeiras, no domingo que vem, no Morumbi, às 16h, envolvendo dois grandes clubes na zona de rebaixamento.

Por jogar em casa, o Cruzeiro buscava mais o ataque e, conseqüentemente, finalizava mais a gol. Embora a primeira tentativa de chute tenha sido do Corinthians, nos 15 minutos iniciais, a Raposa arrematou quatro vezes, a melhor delas, aos 7min, quando Gil, que havia prometido fazer um gol contra a equipe que o revelou para homenagear a filha recém-nascida, tentou de longe e obrigou o goleiro Silvio Luiz a colocar a bola para escanteio.

Com o passar do tempo, o Corinthians se encolhia mais e raramente arriscava um ataque, atraindo mais o Cruzeiro para o seu campo. Só que o time celeste enfrentava dificuldades para fugir à forte marcação da equipe paulista. Além disso, quando fazia jogadas pelas pontas, o cruzamento saía errado. Nos primeiros 25 minutos foram sete cruzamentos mal feitos e apenas dois bem executados. A solução para a Raposa era tentar as batidas de longa distância.

O Timão, por sua vez, conseguia encaixar alguns contra-ataques perigosos, geralmente puxados pelo ala Rosinei, com seus avanços pela direita, em jogadas combinadas com Nilmar. O atacante, que em nove jogos nesse Brasileiro havia marcado apenas uma vez, buscava o gol. Aos 22min, ele armou para chute cruzado de Rosinei. Quatro minutos depois, o ala bateu de novo e Dracena desviou para escanteio.

Aos 27min, foi a vez de Nilmar receber passe de Rosinei e chutar para boa defesa do goleiro Fábio. A resposta celeste aconteceu aos 30min, quando Wagner deixou Alecsandro livre na frente do goleiro corintiano. Só que o atacante cruzeirense se desequilibrou e bateu alto e torto.

Exatamente quando os dois times tinham reduzido o ritmo do jogo, muito acelerado até os 35min, o Cruzeiro conseguiu marcar o seu gol. E foi em uma cobrança de falta, muito bem executada pelo volante Martinez, que acertou uma bola de curva, no ângulo esquerdo de Silvio Luiz. Dois minutos depois, Martinez arriscou outro chute de longe, mas, dessa vez, com a bola rolando, e obrigou o goleiro corintiano a fazer outra boa defesa.

Cruzeiro e Corinthians voltaram sem modificações para o segundo tempo. Martinez, que havia deixado o gramado no intervalo reclamando de dores na mão esquerda, no mesmo local onde tinha fraturado, retornou normalmente. Quando o Timão ensaiava a sua reação, o Cruzeiro encaixou um contra-ataque e marcou o segundo gol. Wagner recebeu a bola livre pela direita e cruzou na cabeça de Alecsandro, novo titular no lugar de Élber, que passou um mês na Alemanha, atuando como comentarista na Copa do Mundo.

Entusiasmado com o gol, o Cruzeiro continuou atacando e teve chances de ampliar o marcador. Não demorou muito para que o técnico Geninho fizesse uma mudança tática. Ele promoveu a estréia do jovem meia Ramon, revelado pelo Atlético-MG, no lugar de outro estreante da noite, o zagueiro André Leone. Dessa forma, o Timão saiu do 3-5-2 e passou ao 4-4-2.

A mudança não deu o poder ofensivo pretendido por Geninho. O Corinthians pouco ameaçou o gol defendido por Fábio. Não faltava raça aos jogadores corintianos, que, no entanto, não mostravam nenhum conjunto. O Cruzeiro, por sua vez, adotou um posicionamento mais cauteloso, administrando a vantagem e criando algumas chances para chegar ao terceiro, como aos 39min, quando Dracena obrigou Silvio Luiz a difícil defesa.